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Se houvera quem me ensinara, quem aprendia era eu ...

(cancioneiro popular alentejano/Moda Rama da Oliveira)


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

21 de Novembro de 2012 -
Pigmentos, Aglutinantes e ... Pinceladas!
Curso breve
Évora - Palácio do Vimioso - 14:30 às 17:30
Apesar dos avanços tecnológicos alcançados pelo Homem, na palete do artista contemporâneo continuam a conviver pigmentos usados pelos artistas do Paleolítico ou da Idade Média com os dos tempos modernos.


Natureza
Curso breve
Desde os tempos pré-históricos o Homem sentiu necessidade de deixar a sua marca nos locais por onde passava. Possivelmente, o homem primitivo para sinalizar um percurso, uma fonte de alimentação ou de água ou mesmo um território, terá feito incisões e marcas em árvores ou rochas, usando pedras ou outros materiais semelhantes. Porém, a dada altura, terá verificado que o efeito desejado podia ser potenciado, usando meios como a água ou a saliva que aglutinavam os materiais colorantes... e assim nasceu a pintura!
As pinturas pré-históricas que sobreviveram até aos nossos dias estão frequentemente localizadas em cavernas ou em locais abrigados da exposição direta aos agentes climáticos e, em alguns casos, apresentam padrões de execução e sentido estético notáveis.
Os pigmentos, materiais inorgânicos que se apresentam sob a forma de pequenas partículas ligadas entre si pelo aglutinante, são os principais constituintes das tintas usadas em pintura. Podem ser de origem natural ou artificial e foram usados desde sempre em simultâneo. Os pigmentos sintéticos são também conhecidos pelo Homem desde o Antigo Egipto (3000 a.C.) onde se preparou pela primeira vez um azul particular que tomou o nome do país: azul egípcio. No decurso dos tempos, novos pigmentos foram preparados, enriquecendo as paletes dos artistas. A síntese laboratorial, sobretudo a partir do último quartel do século XVIII com a revolução saída da química de Lavoisier e mais tarde, já nos séculos XIX e XX, com a química do crómio, do cobalto e do zinco, permitiram a produção de pigmentos em larga escala.
As tintas são obtidas por mistura de pigmentos e aglutinantes, os quais permitem que a tinta adira facilmente a uma superfície. Alguns dos aglutinantes naturais mais utilizados são o óleo de linhaça (semente do linho), o ovo e a goma arábica, enquanto resinas acrílicas e vinílicas são alguns dos aglutinantes sintéticos usados em tintas modernas.
Apesar dos avanços tecnológicos alcançados pelo Homem, na palete do artista contemporâneo continuam a conviver pigmentos usados pelos artistas do Paleolítico ou da Idade Média com os dos tempos modernos.
Se quiser saber mais...
  • A.J. Cruz (págs. 5-23) e A.E. Candeias (pág. 27-43), Pigmentos & Corantes Naturais: entre as Artes e as Ciências, Fundação Luís de Molina, Portugal, 2007.
  • J.M. Peixoto Cabral, História Breve dos pigmentos: 1- Da arte do homem pré-histórico, Química: Boletim da Sociedade Portuguesa de Química 62 (1996) 11-18.
  • A.J. Cruz, A matéria de que é feita a cor. Os pigmentos utilizados em pintura e a sua identificação e caracterização, 2008. Consultado em «http://5cidade.files.wordpress.com/2008/04/a-materia-de-que-e-feita-a-cor.pdf »A.J. Cruz, A Ciência e a Arte. <http://ciarte.no.sapo.pt/>
  • J.R. Barnett, Sarah Miller, Emma Pearce, Colour and art: A brief history of pigments, Optics & Laser Technology 38 (2006) 445–453.
Atividade
O tema dos pigmentos, aglutinantes e tintas será introduzido brevemente do ponto de vista teórico.
Os participantes irão depois observar pigmentos naturais e artificiais e prepararão em laboratórios dois pigmentos. Irão também estabelecer contacto com diferentes aglutinantes.
Com os materiais selecionados serão preparadas tintas a ser usadas pelos participantes em momentos criativos, na realização de pequenas composições.
Responsáveis: Teresa Ferreira, Cristina Dias, Ana Manhita, Milene Gil, Dora Teixeira
Organização: Laboratório HERCULES
Colaboração: Virgínia Andrade, Telma Ventura, Inês Ramos, Sara Jogo (alunas do 2º ano da Licenciatura em Bioquímica da UÉ)